JULHO DAS PRETAS – EDIÇÃO 2022

Em fortalecimento e complementaridade a ações de conscientização sobre a igualdade racial, o Centro de Articulações de Populações Marginalizadas e a Rede de Professores Antirracistas promoverão em julho o evento Quem tem medo de Mulher Preta? Em homenagem ao Julho das Pretas. A iniciativa tem em vista o conhecimento e reconhecimento da construção do 25 de julho (Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha), enquanto fruto de um movimento secular, do ativismo de nós, mulheres negras, traçado na luta contra as opressões.

O evento se configurará em rodas de conversas virtuais, com Mulheres Pretas produtoras e disseminadoras de saberes: periféricos, acadêmicos, artísticos, etc. Mulheres do nosso cotidiano que em seus espaços de trabalho, pesquisam, lutam e auxiliam a transformação da sociedade, num lugar mais democrático, inclusivo e humano. Afinal, quando uma mulher preta se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela (Angela Davis).

Com este evento, pretendemos dar continuidade a todo trabalho de atuação na luta contra o racismo que impera em nossa sociedade, clamando a todas, todes e todos a se posicionarem na luta contra todo tipo de discriminação sofrida pela mulher negra brasileira. Acreditamos que um dos caminhos de luta se faz pela aprendizagem. Nesse sentido, desejamos criar um espaço de diálogo enegrecido e afetivo sobre saberes e fazeres afro-diaspóricos, pensando os nossos locais de atuação, formando uma grande rede de compartilhamento carregada de potências e produzida sob o olhar de mulheres pretas. Por isso, nos unimos a grandes mulheres negras que aceitaram o convite de participar desse evento para discutirmos a situação da mulher negra na política, saúde, mercado de trabalho, educação, cultura e religião e assim promovermos um grande momento para elevarmos as demandas da mulher negra, como pauta da agenda nacional brasileira.

Refletindo sobre a impossibilidade da realização deste tipo de evento de forma presencial e entendendo a importância da data que marca o protagonismo feminino negro, buscamos com a atividade, um reencontro de Saber-Poder, de nós Pretas. Contando com a tecnologia apropriada por nós nesse cenário atual de pandemia, o que tem evidenciado o sentido da reinvenção de táticas e estratégias com as quais nós afro-diaspóricos temos buscado sobreviver e subverter a ordem, pensando na realização deste encontro através de atividades remotas via o Canal do Youtube da Rede de Professores Antirracistas.

“Para as mulheres negras acostumadas a manter o controle das situações, pedir ajuda pode significar a prática do amor, da confiança, reconhecendo que não precisamos resolver tudo sozinhas.” (bell hooks, sn data. Vivendo de Amor)

Cordialmente,

CEAP, coordenado pela Prof.ª Doutora Mariana Gino e Rede de Professores Antirracistas, coordenado pela Prof.ª Ms. Lavini Castro.